Olá miúuuuuuuuudas, como é que vai, tipo, isso? Espero que vocês estejam mega felizes porque eu estão a rebentar com a alegria que tenho dentro do peito, assim mesmo tipo, naquela zona entre as costelas, mesmo atrás das mamas, estão a ver?, porque tipo, na zona das margaridas eu não ocupo com mais nada para não as deixar descair.
Nos últimos dias tenho estado a esforçar-me por encontrar as palavras, tipo, certas, tão a ver?, para vos contar como é que foi a minha mega, super, híper bombástica festa. Nunca tinha organizado uma festa, esta foi a primeira e teve como tema agradecer as bananas ao Universo e ao Cosmos e às estrelas e aos astros. Porque tipo têm mega potássio e são alcalinas. Só vos digo que, se consegui fazer isto pelas bananas, nem quero imaginar como vai ser a minha festa de anos. Já estou em contacto com uma amiga minha que tem um primo que é casado com uma rapariga que é indiana e o teu dela vai emprestar-me um elefante por um fim de semana. Eu pensei, tipo: ou chego à festa na Berlingo da minha mãe, toda grafitada ou arranjo um elefante. É mais fácil orientar um elefante do que convencer a casmurra da minha cota a, tipo, emprestar a carrinha. Ela é um little chata por causa que eu não passei no exame de condução. Eu digo-lhe: cota do meu heart tem calma, eu sei conduzir, só me enervo com o senhor que me manda virar em sítios. Mas agora não vamos falar da minha festa de anos. Festa das banaaaaaaaanas, essa é que interessa.
Antes de continuar quero agradecer à Ritinha das morcelas pela charcutaria, ao Telminho da franganota, pelos doze frangos assados com batatas fritas, à @DulceShow pela música, I love a tua combinação de cheirar o teu bacalhau mix peitos da cabritinha mix levar no pacote. A minha crew tava, tipo, insane.
Malta, a festa foi tudo o que eu podia desejar e mais um bocado porque, tipo, houve coisas que a minha mãe quis lá meter na mesma porque eu amo-a bué, mas ela é assim uma beca bisbilhoteira e eu às vezes queria atirá-la de um cacilheiro, mas tipo, numa boa vibe, claro, cause eu sou híper positiva, mas era larga-la já assim perto do cais só mesmo para depois o barco lhe arrear uma bela mocada na mona, ahaha, tou a brincar, tipo, eu amo mega a minha mãe, foi ela que me trouxe ao mundo e me deu a genética das minhas curvas. Tipo, eu bebo bué batidos verdes para preservar a genética da minha mãe, tipo, uma cena ancestral e isso, tão a ver?, Ya! Então a minha mãe cedeu-me o recinto nas traseiras da nossa moradia para eu fazer a festa. Eu, por mim, tinha convidado todos os meus cinquenta e três seguidores, mas a minha cota disse: tás mazé maluca dos cornos, achas que cabem mais do que vinte pessoas no nosso quintal, otária? A minha mommy é assim, sempre a dar-me força. Então tive de convidar só a malta mais próxima, vocês entendem, e depois tirar bueda fotos para vos mostrar agora. Não fiquem depressed, juro que na próxima party vou conseguir levar-vos todos.
A minha roupa foi alusiva às bananeiras, tinha folhas de bananeira, um animal print estilo doninha em anfetaminas e até arranjei uma peruca de cabelo comprido que a minha avó tinha lá num baú no sótão do tempo em que o meu pai foi drag queen. Foi pena o meu pai ter sido atropelado por aquele smart que seguia a alta velocidade, senão hoje ele ainda ia ser a melhor drag queen de Côja.
A malta que veio à festa ficou louca com a minha roupa. E a cereja no topo do bolo, ou será que devo dizer, o pássaro no alto da minha cabeça, ahahahaha, foi o pombo que eu atei a uma bandolete para dar, tipo, mais realidade ao meu outfit. Malta, vocês nem imaginam, tinha apalavrada uma arara com um amigo meu que ia desviar a pássara no Zoo, mas à última hora a bicha apanhou Covid e eu tive de arranjar uma solução alternativa. Por isso falei com o meu tipo, que faz criação de pombos e ele disse-me: toma, leva esse cabrão com a pinta branca na cabeça, até para pombo é burro demais. Tem é cuidado que o gajo caga que se farta e merda já tens tu que chegue nessa pinha.
A minha prima Lucrécia, Lucréciiiiiinha! Tu sabes quem és! Levou cerveja e pisang ambon.
A malta curtiu a lot a musica e o mood. Estávamos mesmo numa vibe super cool. Dançámos, o meu primo Abel que teve alta dois dias antes fez um espetáculo de street dance. Tem mesmo jeito aquele rapaz, não sei porque é que os bofias o mandaram quinze dias para avaliação psiquiátrica só porque ele, tipo, estava a curtir a cena dele no meio da avenida de Ceuta e dois carros se despintaram com famílias lá dentro, é pá tipo, condutores, pay attention!
Já nem sei a que horas acabou a noite, era praí umas nove e meia. Foi por essa altura que o frango acabou, estávamos todos numa boa a contar cenas das nossas viagens de transportes para o trabalho, tipo, a Miss Valéria apanha três linhas de metro, brutal, um autocarro – AWESOME - e o barco, o Jeninho vai na carrinha do tio dele, o Tozé é que não curtiu muito, porque tá, tipo, entre oportunidades de emprego desde que o dispensaram do aviário. Eu com mega inveja deles, mas daquela boa, vocês sabem, porque ainda não encontrei a minha vibe e ando a sondar o mercado.
O que é certo é que curtimos que nem doidos.
Agora a loucura é na minha festa de anos.
Espero que estejam preparados.
#sejamfelizes