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Exercício de escrita

Subscrever Newsletter

Autoterapia #4

27.07.22

A newsletter deste mês está praticamente pronta para sair o dia 31. Falta apenas aquela revisão básica.
Como semprepodem contar com: um texto estilo queixinhó-lamurió-crónica, um conto original (fresquinho, escrito hoje) e as minhas postas de pescada em relação aos livros que li este mês.
Por isso, quem ainda não subscreveu, pode fazê-lo através deste link.

 

Aqui têm um cheirinho (pequenino) do que vão receber.

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Ela está linda e maravilhosa...

,e nós, também vamos estando...

26.07.22

O ano passado, por esta altura, publiquei um texto que começava com a seguinte frase: a Jennifer Lopez não aspira a casa. O texto não era sobre a diva e aquilo que ela tem. O texto era – e é – sobre nós, comuns mortais, que nos deixamos impressionar sem ter em consideração as condições e contexto de cada um. Escrevi esse texto depois de ver passar dezenas de partilhas da fotografia de aniversário da estrela. Uma fotografia maravilhosa, sem dúvida, onde está arrebatadora, sem questão. Mas uma fotografia trabalhada, não só por mecanismos digitais, mas em resultado de uma produção fotográfica que não está ao alcance de qualquer pessoa. Uma sessão produzida para celebrar o seu aniversário e o posterior lançamento da sua linha de cremes de rosto (que custam os olhos da cara e o do…). O corpo que vemos nestas fotos não resulta só de #nopainnogain e #foco. Resulta de: muito trabalho de ginásio, técnicos especializados, roupas ajustadas, cremes, alimentação cuidada e cozinhada por profissionais, e de uma pessoa que precisa da sua imagem para manter a sua marca. Não há nada de errado nisso. É para mim, apenas algo evidente.

O texto que escrevi foi compreendido e bem aceite por muitos. E os que o receberam mal não foram propriamente agradáveis.

Não o escrevi – como me chegaram a dizer – por achar que admirar umas rebaixa as outras. Escrevi porque também eu, enquanto mulher com tantas inseguranças em relação ao meu corpo, preciso de me lembrar que a minha vida e o meu contexto são diferente daquele. Eu não preciso da minha imagem para nada que não seja apenas satisfação pessoal. Não faço filmes, videoclips, concertos, não tenho uma linha de cremes de rosto e outra de corpo para vender a quem quer ficar com uma pele igual à minha.

O corpo de cada pessoa é diferente e esse diferente não depende só da vontade e da garra. Depende da genética, do histórico de exercício, das características individuais, do contexto de vida, das limitações físicas que têm ou ganham com o tempo, do tempo que têm para dedicar ao tão em voga self care, daquilo a que a carteira chega.

Se fico impressionada que – este ano novamente – aos 53 aquele mulherão tenha o corpaço que apresenta. Fico. Porque está ali trabalho e dedicação. E porque eu, se pudesse, bem que estava melhor agora à beira da piscina dela do que aqui a tentar acalmar os afrontamentos com uma ventoinha da EletricO. Se fico mais impressionada com ela do que com a minha vizinha que todos os dias de manhã corre 10 km, faça chuva ou faça sol, e depois se veste para um dia de trabalho e sem horas para jantar? Não. Impressiona-me muito mais a minha vizinha, até porque corre ao nascer do dia, à beira da estrada, e receio que qualquer dia leve uma panada de um carro conduzido por um gajo que estava a mandar um whatsapp para o emprego a dizer que ia chegar atrasado.

Dito isto, papo os filmes, ouço as músicas, mas não lhe compro os cremes, porque se o fizer fico sem tostão para dar de comer às crianças e duvido que estas ventas ficassem muito melhores do que estão agora.

Parabéns à JéLó – já lhe vou mandar uma mensagem, ela deve estar desejosa de receber notícias minhas.

E que não nos esqueçamos, ela está linda e maravilhosa, e nós, também vamos estando, de acordo com o nosso contexto, na nossa vida costumeira, que se deve passar fora do ecrã, que é onde as coisas valem a pena, mas também abanam, nem sempre têm a luz certa e não permitem filtros nem retoques.

 

Podem subscrever a minha Newsletter "Autoterapia" aqui.

 

Autoterapia

Newsletter

25.07.22

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No início deste ano decidi criar uma newsletter. Tenho algumas subscritas e gosto de as ler. Gosto de saber que, naquele dia, vou receber um e-mail que não é publicidade, uma conta para pagar, spam ou um problema para resolver. É só um momento prazeroso, que posso sempre acompanhar de um pastel de nata e um café, em que estou ali só eu com um conjunto de palavras escritas por alguém que quase parece ter tirado tempo da sua agenda para escrever só para mim. 

É claro que nem todas as newsletters são assim. São aquelas poucas que gosto de receber.

Então pensei e repensei o tema. Procurei criar algo que eu gostasse de receber. Esquadrinhei a minha agenda para ver onde raio havia de arranjar tempo para cumprir com esse compromisso e decidi criar a Autoterapia. Não tenho publicidade nem conselhos para produtos. Tenho um texto que escrevo em modo de conversa comigo mesma. Tenho um conto que escrevo especificamente para a newsletter mensal. Tenho os livros que li nesse mês e o que penso deles.

Depois, é vê-la sair no último dia de cada mês e esperar que as pessoas passem uns minutos agradaveis entretidas com qualquer coisa que não exige gostos, repartilhas, menções. 

Por vezes chegam mensagens de pessoas simpáticas que me dão o seu feedback. Gosto de receber essas mensagens, porque gosto de saber que consegui dar a alguém aquilo que me deram aqueles que escrevem as newsletters que gosto de ler. Escrita intimista, descomplicada, despretenciosa, uma conversa que se houve no café.

Durante três meses não consegui cumprir a entrega mensal. A gravidez, os seus enjoos, a reduzida capacidade de raciocinio, a falta de tempo e a necessidade de reorganizar detalhes da vida costumeira assim o exigiram. 

Desde junho que estou certinha e direitinha, a deste mês de julho está quase pronta e sai no dia 31.

Por isso, aqui fica o convite, se quiserem ser também destinatários desta carta que responde pelo nome de Autoterapia, podem subscrever aqui.

 

Coisas que eu tenho aprendido com esta gravidez de verão:

19.07.22

É possível suar dos folhos, dos entrefolhos e dos entrefolhos dos folhos.
É possível ter um pé inchado e outro não, dando aquela ideia de que a perna esquerda resultou de um transplante de chispe de porco.
É possível andar como um ser vivo que resulta entre o cruzamento de um cacilheiro à deriva e uma pata que fumou demasiado crack.
É possível acordar às quatro da manhã para comer um iogurte e passar as pernas por água gelada só para conseguir voltar a adormecer.
É possível andar à porrada, a meio da madrugada, com uma almofada com formato de chouriça e mesmo assim perder.
É possível abordar as situações parecendo um camionista à procura de sarilhos, com os braços a dar a dar, meio afastados do corpo e a peitaça esticada para a frente não vá o sempre-em-pé perder controlo do centro de gravidade e cair de ventas no chão.
É possível comer uma embalagem com cinco Bounty no mesmo dia sem sentir qualquer pontada de enjoo imputando toda a responsabilidade por essa conduta a um ser que ainda não tem número fiscal.
É possível passar por uma coisa caída no chão da sala, parar para calcular o custo/beneficio de vergar a mola e concluir que há de passar outro gajo que apanhe.
É possível perder o folego a explicar coisas simples, só mesmo porque a frase tem mais do que vinte palavras.
É possível subir escadas com o mesmo desgaste de um marialva que está a alcançar o topo do Evereste.
É possível muita merda, nem vos passa pela cabeça, tudo menos arranjar um gajo que me venha consertar o ar condicionado.

 

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Dia antes de entrar de férias

01.07.22

Na escola os dias que antecedem as férias são de galhofa. Ninguém sabe bem já o que fazer, o trabalho está feito, há aquele misto de nostalgia por estar longe dos amigos meses, ao mesmo tempo que é impossível contornar a alegria de não ter nada para fazer.
Quando chegamos à idade adulta e começamos a trabalhar os dias antes de entrar de férias são a pior merda. A pessoa acorda de manhã a achar qur o melhor é mesmo fazer duas listas negras debaico dos olhos como o Rambo e escrever no fim do e-mail I'll be back, don't stressate minha gente. São só duas semanas, a não ser que me saia o Euromilhões ou seja comida ppr uma alforreca faminta.