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Prometeram-nos o inferno se não fossemos, no mínimo, um poço de virtudes e, enquanto isso, abusaram impunemente de, pelo menos, 4815 crianças.
Pedem que lhes contemos os nossos reles pecados para que possamos ter um vislumbre de redenção e um cantinho no céu.
Condenam a interrupção voluntária da gravidez e a eutanásia, porque o princípio e o fim são uma decisão de deus. Mas que deus é este então, que deixa que aqueles que espalham a sua palavra façam tamanhas atrocidades em seu nome.
Infestam a sociedade de medos e de uma moral falaciosa.
Durante séculos têm condenado tudo e todos ao abrigo do seu livro de fantasia. O mínimo que se pede agora é que sejam julgados sob a lei dos homens e, perante as provas, condenados com penas severas. Que se encontrem mecanismos para os controlar e abolir, de uma vez por todas, esta aberração.
E de caminho, guardem as formações, porque um homem adulto, temente ao seu deus, sabedor do seu livro, compreende o mal que faz.
É caso para dizer: Senhor, não perdoes jamais, que eles sabem bem o que fazem.