Agosto (quase) às 5
Dia há não sei quantos porque deixei de contar
Agosto é definitivamente o pior mês para se estar fechado em casa, estilo beringela à espera de ser arranjada para a sopa, a menos que se seja proprietário de uma vivenda com piscina onde a pessoa até pode fazer de conta que “vai à rua” e molhar o pezinho em aguinha com cloro.
Entre final de 2014/início de 2015 já tinha sido presenteada com uma situação similar, também por razões de multiplicação, mas era inverno e psicologicamente era mais fácil estar em casa, a tirar uma pós graduação em ócio. Chovia lá fora e eu punha a mantinha em cima das pernas. Dormia enrolada no edredão, em vez de abraçada a uma saca de ervilhas congeladas (qualquer coisa para não sentir que vou derreter como uma vela barata).
Em agosto até a internet é enfadonha. Praia, praia, praia, biquínis, resorts, praia, praia, cremes para o bronze, sumos de fruta que é mais fruta do que a fruta que a gente vê nas árvores, praia, corpos torneados, bolas de Berlin, gelados, praia, lagoas, desportos aquáticos e não sei se já disse, praia.
Não há uma controvérsia fútil para incendiar as redes sociais, permitindo à pessoa que está alapada ao sofá, estar a comer bolachas – borrando-se de migalhas e nódoas - enquanto lê as caixas de comentários e confirma que o mundo vai mesmo acabar mais tarde ou mais cedo. Em vez disso há incêndios de verdade. Dor, perda, desespero.
Vou no meu sexto livro este mês, em menos de dois dias vi uma mini serie de sete horas e passo demasiado tempo a tirar dicas de fitness das contas das Patrocínios, porque depois de a miúda fazer check out desta pensão Airpançanb quero enveredar pelo projeto Becoming-fogosa e tenho de tirar notas de quem sabe.
Agora vou ali fazer scroll a ver se alguém disse alguma merda que não devia e, se lamentavelmente estiver tudo pacífico, ler mais um bocado.
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