"Autoterapia", a minha newsletter
Tenho pensado muito na melhor forma de levar a cabo este meu exercício de escrita. Gosto de escrever porque é terapêutico, porque me dá prazer, porque é uma das poucas coisas que faço com a cabeça 100% dedicada. Pensei em escrever histórias para o Instagram, mas a limitação de espaço e o dedo guloso do Zuquércoisinho fazem com que se torne cada vez menos aliciante, já que há um algoritmo ganancioso por detrás sempre a manipular o que mostra, a quem mostra e a ver se come dois tostões e meio a quem cria alguma coisa. Pensei em usar mais o blog, mas já tive tantos blogs que acabei por fechar porque sinto sempre que me falta alguma coisa que, não sei, não era o caminho (vou escrendo na mesma os meus apontamentos, mas preciso de qualquer coisa que seja construída com aquele toque de vinha de alhos, porque marina na espera). Pensei em escrever e não publicar nada. Meter na gaveta. Mas algumas coisas são mais giras se forem lidas. E o exercício de escrita só parece ter propósito se houver quem queira ler.
Então dei comigo a ler newsletters que achei mesmo interessantes (Carta Branca de Ana Sousa Amorim; Palavra por palavra de Lénia Rufino, Yellow Letter de Rafaela Mota lemos). Conteúdo que recebo e posso ler quando quiser ou puder. Conteúdo que não foi feito para likes e mil partilhas. Conteúdo honesto de quem gosta de escrever. Fui-me pondo de macaca de imitação, a pensar que podia ser isto. Podia ser uma coisa que me agradasse. Escrever sabendo que pelo menos o meu marido e a minha prima vão ler. Se não houver mais ninguém, pelo menos serão 2. Saber que escrevo para aquelas pessoas, se depois elas acabam por ler ou não já não sei. Não importa, está feito, enviado. Não há likes nem comentários. Não há imediatismo nem feedback esperado. Há um processo de escrita e com sorte alguém disponível para ler.
Mais: posso fazê-lo com tempo, pensar e repensar conteúdo.
Com calma.
Sei que é mais uma newsletter, mas é a minha. É a minha posta de pescada.
Para já tenho este logo que fiz sem jeito. Tenho uns apontamentos escritos à mão (e que não consigo ler na integra porque tenho uma caligrafia de merda) e um draft do formato da primeira Autoterapia que vou enviar.
Se a quiserem subscrever, podem ir este LINK. Se derem com erros avisem-me. Sou assumidamente patega nisto.
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