Cinco
Puta que pariu a "fruta da época". As viroses, micoses, merdoses que espetam com os miúdos em casa a torto e a direito. Narizes ranhosos, tosse que não deixa dormir, xaropes, termómetros, paletes de lenços de papel, olhos a lacrimejar, a tristeza de não poderem estar em momentos por que esperaram tanto. O magusto com os amigos da escola. O passeio à quinta pedagógica. O aniversário de um amigo. A ida ao teatro. O seminário da atividade desportiva. Este ano já perdeu três destas coisas. E nós, os crescidos, vamos estando de olho nos narizes, nos medicamentos e na febre enquanto damos o colo e o ombro para amenizar a tristeza das coisas boas que ficaram por fazer.
São viroses, micoses, merdoses tacanhas, sacanas, parece que estão à espreita e aparecem sempre nos dias por que mais esperam, quase de propósito. Tivessem as viroses, micoses, merdoses focinho e era certo e sabido que comiam com dois rotativos nas ventas, estilo Bruce Mãe Lee.