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Exercício de escrita

Coisas que eu tenho aprendido com esta gravidez de verão:

19.07.22

É possível suar dos folhos, dos entrefolhos e dos entrefolhos dos folhos.
É possível ter um pé inchado e outro não, dando aquela ideia de que a perna esquerda resultou de um transplante de chispe de porco.
É possível andar como um ser vivo que resulta entre o cruzamento de um cacilheiro à deriva e uma pata que fumou demasiado crack.
É possível acordar às quatro da manhã para comer um iogurte e passar as pernas por água gelada só para conseguir voltar a adormecer.
É possível andar à porrada, a meio da madrugada, com uma almofada com formato de chouriça e mesmo assim perder.
É possível abordar as situações parecendo um camionista à procura de sarilhos, com os braços a dar a dar, meio afastados do corpo e a peitaça esticada para a frente não vá o sempre-em-pé perder controlo do centro de gravidade e cair de ventas no chão.
É possível comer uma embalagem com cinco Bounty no mesmo dia sem sentir qualquer pontada de enjoo imputando toda a responsabilidade por essa conduta a um ser que ainda não tem número fiscal.
É possível passar por uma coisa caída no chão da sala, parar para calcular o custo/beneficio de vergar a mola e concluir que há de passar outro gajo que apanhe.
É possível perder o folego a explicar coisas simples, só mesmo porque a frase tem mais do que vinte palavras.
É possível subir escadas com o mesmo desgaste de um marialva que está a alcançar o topo do Evereste.
É possível muita merda, nem vos passa pela cabeça, tudo menos arranjar um gajo que me venha consertar o ar condicionado.

 

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