O país dos outros, Leila Slimani
Sendo o primeiro livro que li da autora, antes de mais fiquei impressionada com a escrita, da qual gostei muito. Neste livro a autora conta-nos um pouco da história da sua família, numa altura em que a presença francesa ainda era muito marcada nos territórios colonizados. Gosto do detalhe na descrição das pessoas, dos seus comportamentos e razões de agir.
É difícil viver com o permanente sentimento de que não pertencemos a lado nenhum.
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Quando a noite cai, Laurent Petitmangin
Apesar de ser uma novidade, pela sinopse, criei elevadas expectativas em relação a este livro. Talvez por essa razão, no fim, tenha ficado com a sensação de que queria ter gostado mais do que gostei.
Ainda assim, é uma história bem pensada e bem contada, muito contemporânea e que nos faz pensar nos receios que temos quanto ao caminho que leva a nossa sociedade. Mais do que isso, faz recear o que pode vir a ser a forma de pensar e de estar dos nossos filhos apesar do que tentamos incutir-lhes.
A escrita é boa, mas não encanta. De todo o modo parece-me um bom livro para ler, que mais não seja para pensarmos sobre o que vemos acontecer todos os dias.
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Apontar é feio, Joana Marques
Gosto muito do sentido de humor da Joana e vejo o mundo, em muitas coisas, pelo mesmo espectro. Ainda assim, mesmo que não lhe achasse graça, gosto de acreditar que continuaria a considerar este um bom livro. Porque a Joana Marques, assim como todos os grandes comediantes, pensa a realidade em que está envolvida, despe-a das miudezas e faz-nos olhar para os assuntos com a importância que eles devem ter. Concordemos ou não. O trabalho que a Joana tem feito é muito importante neste momento, que que cada vez mais pessoas se sentem no direito de impor limites ao que os outros acham piada e pior, demonstram-se totalmente incapazes de compreender a diferença entre atos, convicções e pura sátira. Acredito piamente que, quando perdemos a capacidade de nos rirmos das piores coisas, é porque qualquer coisa se apagou cá dentro.
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A chave do sucesso, Malcolm Gladwell
Tinha este livro em casa há alguns anos. O meu marido já ouviu (em audiobook) outros livros do mesmo autor e esteve sempre a dizer-me maravilhas da sua capacidade de pensamento e da forma como nos explica temas pertinentes e em que não paramos para pensar entre o corre-corre dos dias.
Então decidi ler este. Gostei muito.
Acredito que o título em português não faz justiça ao que o conteúdo do livro nos pretende ensinar.
Em resumo (embora eu seja péssima com resumos) o livro pretende falar-nos de como o sucesso, a propagação de algo (bom ou mau, sendo o sucesso aqui referente à capacidade de vencer de algo, até de um vírus), depende de múltiplos fatores e não apenas do produto/elemento em si. As pessoas associadas, o contexto e a forma determinam tudo.
Às vezes dou por mim a pensar como é que um livro de que gostei tanto mal teve expressão e outros, que acho desprovidos de valor, conseguem ter tanto sucesso.
Este livro ajuda-nos a compreender esse fenómeno.
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A pediatra, Andréa del Fuego
Vi referência a este livro através do Instagram d' A mulher que ama livros e, pela descrição, soube que tinha de o ler.
Gostei mesmo muito.
Gosto de livros em que as personagens são humanas, descritas de forma crua, sem pretextos de perfeição, deixam a cores a sua rudeza e maldade. Porque todos temos maldade.
Não achei que a personagem fosse louca, vi-a como alguém desinteressado na vida e que, porventura por essa razão, acaba por agir de forma fria e desligada daquilo que enternece a maioria.
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O senhor d'Além, Teresa Veiga
Adoro a escrita da Teresa Veiga, mas este livro ficou um pouco aquém para mim. A história pareceu-me pobre, com um esmero e dedicação excessivos na descrição de espaços.
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Contra mim, Valter Hugo Mãe
É-me impossível ler um livro tão bonito de memórias sem que faça uma viagem no tempo para a minha própria infância. Para os tempos bons e os maus, para as dúvidas sempre constantes.
Gostei muito de ler este livro, tão honesto, sem florear aquilo que a vida tinha de ser e a forma como se conseguia perceber o mundo com um décimo da informação de que dispomos hoje.
Valter Hugo Mãe gostava em criança de jogar com as palavras e tornou-se um mestre nisso mesmo e é tão bom assistir a forma como joga.
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Positividade tóxica, Whitney Goodman
O que me chamou a atenção foi o título. Estou cansada de tanta positividade bacoca, com o frequente impingir da ideia de que se pensarmos sempre que está tudo bem e se virmos o copo meio cheio somos pessoas melhores a quem acontecem coisas boas. Se ao menos fosse assim....
Aquilo que acontece a cada um não depende somente da sua atitude, depende de uma multiplicidade de fatores sendo tantas vezes os mais subtis os responsáveis pelo resultado final.
É importante que vejamos o que de bom a vida tem, mas não é por isso que deixamos de ter o direito de nos queixarmos do que nos incomoda.
Tal como é referido no livro, também eu já havia reparado neste estranho pormenor: numa época em que tanto se advoga a positividade, são tantas as pessoas que se comportam de forma maldosa, vingativa e puramente agressiva.
É um livro escrito com uma linguagem acessível, que relata sem pruridos a hipocrisia desta onde de positividade que só aceita quem pensa de uma determinada forma.
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Lições de química, Bonnie Garmus
Comprei o livro sem qualquer expectativa, apenas sabendo que era uma recomendação de quem, por regra, não falha nas recomendações que dá.
A capa seduz e o título também.
Depois a história, a escrita, a mensagem e toda a construção desde livro me deixou maravilhada. Tem a sua cota de fantasia, com um cão que conhece mais palavras que alguns políticos ativos e uma criança encantadora, mais perspicaz que a maioria dos adultos.
Mas é a personagem principal que nos marca. É esta Miss Zott que fica na mente como alguém que conhecemos noutra vida ou que gostaríamos de ter conhecido.
Todos precisamos de mais Elizabeth's Zott no mundo.
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