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Exercício de escrita

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Autoterapia »» Parte 0

31.01.23

"Quero começar a escrever e não sei como. Talvez por isso tenha escolhido chamar a esta primeira carta “Parte 0”. Começa antes do princípio, é uma espécie de aquecimento, um momento em que tento encontrar a voz escrita que quero usar para contar esta minha história. Mas não está fácil. Escrevo e volto atrás. Apago e escrevo de novo e mesmo assim soa mal. Falta qualquer coisa e não sei o que é. Sinto-me, acima de tudo, bastante estúpida. Porventura é o cansaço que me come as palavras, ou talvez seja a minha cabeça que quer guardar só para nós (para mim e para ela, que, às vezes, se comporta como se não fizesse parte de mim) aquilo que gostaríamos que tivesse sido diferente.
É uma história minha, mas não é só minha."

É com este texto que começa a primeira newsletter deste ano.
Se quiserem ler na íntegra podem aceder aqui. Se quiserem subscrever podem também fazê-lo no mesmo link.

Escrever uma carta por mês

07.02.22

Não me recordo de escrever cartas em miúda. Não conhecia ninguém que estivesse longe o suficiente com saudades que justificassem um postal, uma carta, um telegrama sequer. Os amigos e família próximos, aqueles a quem tinha alguma coisa a dizer, estavam à mão de semear, por isso nunca lhes escrevi uma carta.

Nunca mandei postais. Pensei em fazê-lo das vezes que viajei, mas as viagens são sempre curtas demais e as fotografias tiram palco às pequenas graças antigas.

O mês passado decidi-me a criar uma newsletter. Uma espécie de carta que escrevo para umas dúzias de pessoas que, não me conhecendo de parte alguma, subscreveram para ler o que tenho para lhes contar.

São apontamentos, notas, pensamentos palermas, divagações. E uma história que vou criando, um capitulo por cada carta.

Meti-me nisso. 

Hoje enviei a primeira. Logo pela manhã. Pela fresca, antes de começar a trabalhar. Enviei naquela hora em que as pessoas ainda vão beber um café antes de arregaçar as mangas e enterrar as mãos nas chatices que têm para o dia. Naquela hora em que ainda estão sentadas no comboio, à espera de qualquer coisa que as entretenha até chegar ao destino.

Não escrevo para milhares nem centenas de pessoas. Escrevo para um conjunto que, mal sabendo quem sou, acreditou que gostaria de ler o que preparo para partilhar uma vez por mês. Há qualquer coisa de bonito nisso. Um acreditar em mim e naquilo que sou capaz de escrever que nem eu tenho.

Recebi algumas palavras simpáticas. Pessoas que gostando, para além de terem gasto o seu tempo a ler, ainda se deram ao trabalho de me afagar o ego, com palavras agradáveis, daquelas que me fazem pôr em sentido para não falhar no mês que vem.

Gostei disto, de escrever cartas. Não é o mesmo que mandar um postal escrito sentada numa esplanada em Paris, mas é um pedaço de qualquer coisa, que conto depois de escarafunchar a minha cabeça.

 

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"Autoterapia", a minha newsletter

23.01.22

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Tenho pensado muito na melhor forma de levar a cabo este meu exercício de escrita. Gosto de escrever porque é terapêutico, porque me dá prazer, porque é uma das poucas coisas que faço com a cabeça 100% dedicada. Pensei em escrever histórias para o Instagram, mas a limitação de espaço e o dedo guloso do Zuquércoisinho fazem com que se torne cada vez menos aliciante, já que há um algoritmo ganancioso por detrás sempre a manipular o que mostra, a quem mostra e a ver se come dois tostões e meio a quem cria alguma coisa. Pensei em usar mais o blog, mas já tive tantos blogs que acabei por fechar porque sinto sempre que me falta alguma coisa que, não sei, não era o caminho (vou escrendo na mesma os meus apontamentos, mas preciso de qualquer coisa que seja construída com aquele toque de vinha de alhos, porque marina na espera). Pensei em escrever e não publicar nada. Meter na gaveta. Mas algumas coisas são mais giras se forem lidas. E o exercício de escrita só parece ter propósito se houver quem queira ler.

Então dei comigo a ler newsletters que achei mesmo interessantes (Carta Branca de Ana Sousa Amorim; Palavra por palavra de Lénia Rufino, Yellow Letter de Rafaela Mota lemos). Conteúdo que recebo e posso ler quando quiser ou puder. Conteúdo que não foi feito para likes e mil partilhas. Conteúdo honesto de quem gosta de escrever. Fui-me pondo de macaca de imitação, a pensar que podia ser isto. Podia ser uma coisa que me agradasse. Escrever sabendo que pelo menos o meu marido e a minha prima vão ler. Se não houver mais ninguém, pelo menos serão 2. Saber que escrevo para aquelas pessoas, se depois elas acabam por ler ou não já não sei. Não importa, está feito, enviado. Não há likes nem comentários. Não há imediatismo nem feedback esperado. Há um processo de escrita e com sorte alguém disponível para ler.

Mais: posso fazê-lo com tempo, pensar e repensar conteúdo.

Com calma.

Sei que é mais uma newsletter, mas é a minha. É a minha posta de pescada.

Para já tenho este logo que fiz sem jeito. Tenho uns apontamentos escritos à mão (e que não consigo ler na integra porque tenho uma caligrafia de merda) e um draft do formato da primeira Autoterapia que vou enviar.

Se a quiserem subscrever, podem ir este LINK. Se derem com erros avisem-me. Sou assumidamente patega nisto.

 

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