As trotinetas
Detesto as trotinetas em Lisboa. Detesto os turistas que andam nelas. Detesto que fiquem espalhadas, abandonadas aqui e acolá como se de um pedaço de ferro velho se tratasse. Detesto não poder dar um passeio em família sem estar sempre a pensar que pode aparecer um cabrão de holandês, um espanhol ou um italiano a zarpar naquela jigajoga e que me acerte no miúdo que vai entretido aos saltos e corridas. Detesto sobressaltar-me quando passam por mim, rentes demais, grupos de três e quatro. Só me apetecia que apanhassem uma falha no pavimento e fossem de focinho ao chão. Detesto que não se definam regras claras porque os camones e os avecs gostam de vir cá e sentir que podem brincar ao que lhes apetece.
Não sei quem é que se lembrou desta merda, mas confesso que só me ocorre que tenha resultado de uma verdadeira diarreia cerebral.