Tempo
29.01.23
Sinto falta daquele tempo em que era miúda e o tempo existia de forma tão presente que eu tinha de puxar pela cabeça para saber o que fazer com ele.
Era um tempo em que o tempo estava para lá de um conceito e passava a ser um amigo que quase conseguia tocar. Não me pedia que me despachasse e nunca escasseava, em vez disso sentava-se ao meu lado, paciente e demorado, à espera que descobrissemos como nos havíamos de ocupar um com o outro.
Agora o tempo parece um inimigo, as segundas chegam em catadupa e o fim-de-semana mal se deixa ver.