Vinte e dois
Sou do tempo do MIRC mas nunca usei. Tive uma conta no HI5 a que mal acedia pq me fazia confusão falar pela internet qd podíamos estar a beber um café à beira da praia e a rir olhando para a cara uns dos outros. Nesse tempo trabalhava 6 dias por semana, sempre ao telefone, em 4 dos quais tinha faculdade até à meia noite, por isso qd tinha tempo livre queria ar, sol e pessoas em carne e osso com quem falar.
Quando conheci o Nuno ele tinha criado há pouco tempo um blog. Foi na altura em que muitas das coqueluches da escrita também o fizeram. Ele adorava, eu não entendia.
Anos mais tarde, em 2014, fechada em casa, sozinha, gravidissima, decidi criar o meu primeiro blog. Sempre gostei de escrever, mas nunca me tinha dado para este tipo de plataforma pq o que eu queria era escrever histórias. Isto de escrever sobre mim era novo. Para minha surpresa ajudou-me bastante pq, tal como desta segunda vez, me permitiu espreitar o mundo lá fora, onde há crescidos a falar de outras coisas.
Para além disso era uma forma de trabalhar a escrita e encontrar quem quisesse ler.
Depressa percebi que tenho uma tendência para chegar tarde. Cheguei aos blogs quando já quase ninguém lia. Cheguei ao Facebook quando já só se liam gritos e começava a cheirar a ranço. Cheguei ao Instagram quando foi comprado e aos poucos foi perdendo o conceito puro, passando as contas a ser manobradas por um algoritmo que quer estratificar comportamentos e fazer dinheiro. Há horas boas e más. Há periodos em que parece que estamos de castigo. Há uma clara tentativa de fazer com que se pague por posts patrocinados. Uma plataforma que já fez tanto dinheiro deixando que as pessoas acedessem ao que gostam de ver sem ser manobrado, está nisto.
Ainda assim cá vou andando, alguns dias a pensar apagar, outros (mtos mais) a mandar o algoritmo à fava e a publicar o que me dá na real gana, quando posso e me apetece. Quem gosta do que aqui se publica há de aparecer sempre e ajudar a divulgar. Um dia ainda seremos para aí uns 1500.
Ontem li o post da Susana ( @ser_super_mae_e_uma_treta ) e pensei que tudo o que ela disse me ocorre tanta vez, menos a coisa do barco, que isto aqui passa mais comboios.